Em 1974, Skinner publicou a obra Sobre o Behaviorismo onde apresentava alguns aspectos centrais da sua filosofia, o behaviorismo radical, alvo de críticas infundadas mesmo quase 50 anos depois da publicação de sua obra. O mais curioso é que as críticas que seguem sendo reproduzidas até hoje, mesmo por psicólogos, já são refutadas logo nas primeiras páginas do livro, sendo o início do primeiro capítulo dedicado a desmentir digamos assim, as fake news sobre seu trabalho. Na tentativa de contribuir para desmistificar essas pontuações, enumerarei aqui exatamente os mesmos 20 mitos sobre o behaviorismo que o próprio Skinner tentou desmentir:
- O Behaviorismo ignora a consciência, os sentimentos e os estados mentais.
- Negligencia os dons inatos e argumenta que todo comportamento é adquirido durante a vida do indivíduo.
- Apresenta o comportamento simplesmente como um conjunto de respostas a estímulos, descrevendo a pessoas como um autômato, um robô, um fantoche ou uma máquina.
- Não tenta explicar os processos cognitivos.
- Não considera as intenções ou os propósitos.
- Não consegue explicar as realizações criativas – na Arte, por exemplo, ou na Música, na Literatura, na Ciência ou na Matemática.
- Não atribui qualquer papel ao eu ou à consciência do eu.
- É necessariamente superficial e não consegue lidar com as profundezas da mente ou da personalidade.
- Limita-se à previsão e ao controle do comportamento e não apreende o ser, ou a natureza essencial do homem.
- Trabalha com animais, particularmente com ratos brancos, mas não com pessoas, e sua visão do comportamento humano atém-se por isso, àqueles traços que os seres humanos e os animais têm em comum.
- Seus resultados, obtidos nas condições controladas de um laboratório, não podem ser reproduzidos na vida diária, e aquilo que ele tem a dizer acerca do comportamento humano no mundo mais amplo torna-se, por isso, uma metaciência não comprovada.
- Ele é super simplista e ingênuo e seus fatos são ou triviais ou já bem conhecidos.
- Cultua os métodos da Ciência mas não é científico, limita-se a emular as Ciências.
- Suas realizações tecnológicas poderiam ter sido obtidas pelo uso do senso comum.
- Se suas alegações são válidas, devem aplicar-se ao próprio cientista behaviorista e, assim sendo, este diz apenas aquilo que foi condicionado a dizer e que não pode ser verdadeiro.
- Desumaniza o homem, é redutor e destrói o homem enquanto homem.
- Só se interessa pelos princípios gerais e por isso negligencia a unicidade do individual.
- É necessariamente antidemocrático porque a relação entre o experimentador e o sujeito é de manipulação e seus resultados podem, por essa razão, ser usados pelos ditadores e não pelos homens de boa vontade.
- Encara as ideias abstratas, tais como moralidade ou justiça, como ficções.
- É indiferente ao calor e à riqueza da vida humana, e é incompatível com a criação e o gozo da arte, da música, da literatura e com o amor ao próximo.
Todos esses mitos foram retirados da obra Sobre o Behaviorismo, de Skinner, publicada no Brasil pela Editora Cultrix. Os mitos são literalmente a introdução da obra, presentes logo na primeira página após o indíce (p. 7) e ainda assim, infelizmente, seguem sendo reproduzidos por tudo quanto é gente, até mesmo acadêmicos de referência e em livros de pedagogia, psicologia. Por isso, fiz questão de enumerá-los aqui. Ao longo dos próximos meses, tentarei atualizar essa postagem e em minhas outras redes sociais trabalhando e desenvolvendo ideias acerca de algumas dessas mentiras.
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