20 mitos sobre o behaviorismo (difundidos até mesmo por psicólogos)

Em 1974, Skinner publicou a obra Sobre o Behaviorismo onde apresentava alguns aspectos centrais da sua filosofia, o behaviorismo radical, alvo de críticas infundadas mesmo quase 50 anos depois da publicação de sua obra. O mais curioso é que as críticas que seguem sendo reproduzidas até hoje, mesmo por psicólogos, já são refutadas logo nas primeiras páginas do livro, sendo o início do primeiro capítulo dedicado a desmentir digamos assim, as fake news sobre seu trabalho. Na tentativa de contribuir para desmistificar essas pontuações, enumerarei aqui exatamente os mesmos 20 mitos sobre o behaviorismo que o próprio Skinner tentou desmentir:

  1. O Behaviorismo ignora a consciência, os sentimentos e os estados mentais.
  2. Negligencia os dons inatos e argumenta que todo comportamento é adquirido durante a vida do indivíduo.
  3. Apresenta o comportamento simplesmente como um conjunto de respostas a estímulos, descrevendo a pessoas como um autômato, um robô, um fantoche ou uma máquina.
  4. Não tenta explicar os processos cognitivos.
  5. Não considera as intenções ou os propósitos.
  6. Não consegue explicar as realizações criativas – na Arte, por exemplo, ou na Música, na Literatura, na Ciência ou na Matemática.
  7. Não atribui qualquer papel ao eu ou à consciência do eu.
  8. É necessariamente superficial e não consegue lidar com as profundezas da mente ou da personalidade.
  9. Limita-se à previsão e ao controle do comportamento e não apreende o ser, ou a natureza essencial do homem.
  10. Trabalha com animais, particularmente com ratos brancos, mas não com pessoas, e sua visão do comportamento humano atém-se por isso, àqueles traços que os seres humanos e os animais têm em comum.
  11. Seus resultados, obtidos nas condições controladas de um laboratório, não podem ser reproduzidos na vida diária, e aquilo que ele tem a dizer acerca do comportamento humano no mundo mais amplo torna-se, por isso, uma metaciência não comprovada.
  12. Ele é super simplista e ingênuo e seus fatos são ou triviais ou já bem conhecidos.
  13. Cultua os métodos da Ciência mas não é científico, limita-se a emular as Ciências.
  14. Suas realizações tecnológicas poderiam ter sido obtidas pelo uso do senso comum.
  15. Se suas alegações são válidas, devem aplicar-se ao próprio cientista behaviorista e, assim sendo, este diz apenas aquilo que foi condicionado a dizer e que não pode ser verdadeiro.
  16. Desumaniza o homem, é redutor e destrói o homem enquanto homem.
  17. Só se interessa pelos princípios gerais e por isso negligencia a unicidade do individual.
  18. É necessariamente antidemocrático porque a relação entre o experimentador e o sujeito é de manipulação e seus resultados podem, por essa razão, ser usados pelos ditadores e não pelos homens de boa vontade.
  19. Encara as ideias abstratas, tais como moralidade ou justiça, como ficções.
  20. É indiferente ao calor e à riqueza da vida humana, e é incompatível com a criação e o gozo da arte, da música, da literatura e com o amor ao próximo.

Todos esses mitos foram retirados da obra Sobre o Behaviorismo, de Skinner, publicada no Brasil pela Editora Cultrix. Os mitos são literalmente a introdução da obra, presentes logo na primeira página após o indíce (p. 7) e ainda assim, infelizmente, seguem sendo reproduzidos por tudo quanto é gente, até mesmo acadêmicos de referência e em livros de pedagogia, psicologia. Por isso, fiz questão de enumerá-los aqui. Ao longo dos próximos meses, tentarei atualizar essa postagem e em minhas outras redes sociais trabalhando e desenvolvendo ideias acerca de algumas dessas mentiras.

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